sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Meu Percurso de Vida

Desde os meus 6 anos pratico desporto.
Comecei no futebol, onde estive durante quase 6 anos no Torrense até que surgiu a oportunidade de ir para o Sporting, onde a minha passagem foi breve, tudo porque pelo meio uma ida de bicicleta a Fátima com o meu pai despertou a minha paixão pelo ciclismo.
Foram 240 km de bicicleta num só dia que alteraram a minha paixão do futebol para o ciclismo. – Tinha apenas 12 anos.
O meu pai sempre foi e ainda é um grande apaixonado pelo ciclismo, chegou a correr pelo Sporting, mas um acidente de motorizada que o deixou em coma durante um mês e com um braço paralisado, acabou por pôr termo à carreira dele.
Eu era um apaixonado pelo futebol, a bola foi a minha companheira inseparável de juventude, contudo cresci no seio de uma família onde o ciclismo era a palavra dominante. Á paixão do meu pai pela modalidade, que ainda hoje continua a pedalar com uma bicicleta adaptada ao problema dele, juntou-se o meu irmão que também foi ciclista nas camadas de formação (cadete e júnior) tendo abandonado por problemas de saúde.
Como referi foi uma ida a Fátima de bicicleta, 240 km de bicicleta que me colocaram no corpo e na alma o bichinho pelo ciclismo. Não pensei duas vezes, terminei com o futebol e mudei-me para o ciclismo (se fiz bem ou mal em tomar esta decisão nunca saberei mas tenho a certeza que optei por fazer aquilo que mais gosto).
Entrei para a Escola de ciclismo da Lousa onde estive até aos 18 anos, altura em que me mudei para o Vitória de Setúbal onde estive durante 3 anos e tive como treinador o já falecido Sr. Camilo, uma pessoa que foi muito importante na minha carreira, não esquecendo o Sr. Jorge Caldeira, o meu treinador no Grupo Desportivo da Lousa, um amigo que estará sempre no meu coração.
O Vitória de Setúbal terminou com o ciclismo e transferi-me para o Fonotel onde estive durante dois anos.
No final do primeiro ano surgiu a oportunidade de entrar para o pelotão profissional.
O José Marques, na altura Director Desportivo do Tavira, incluiu-me no plantel de 2005 da equipa, mas em Novembro saiu para a Barbot sendo substituído por Vidal Fitas que me retirou do projecto numa altura em que as contratações estavam praticamente fechadas e fiquei, de um momento para o outro, desamparado, tendo que regressar ao Fonotel onde competi nos sub23 por mais uma época, sob as ordens do Sr. Carlos Marta.
Em 2006 cheguei finalmente ao profissionalismo. Entrei para o Imoholding-Loulé, e, sob o comando de Jorge Piedade, onde acabei por ter uma época bastante boa.
Face ao que aconteceu em 2006, no meu ano de estreia, as minhas expectativas para 2007 eram grandes, esperava conseguir afirmar-me, mas afinal acabou por ser uma época em que dei um passo atrás.
A Equipa passou a designar-se Madeinox-Bric-Loulé, passamos a ter dois Directores Desportivos, o Jorge Piedade e o Sr. Emídio Pinto (Conhecido como “A Velha Raposa do Ciclismo”).
Infelizmente não guardo as melhores recordações do Sr. Emídio Pinto, antes pelo contrário.
O Jorge Piedade saiu da equipa em Março e a partir dai começou o pior momento da minha carreira no ciclismo. O Sr. Emídio que era alguém que eu admirava e actualmente respeito acabou por me prejudicar ao longo da época de 2007.
Em 2008 tive que começar praticamente do zero novamente.
Não obtive grandes resultados, mas acabei por terminar a época com a consciência de ter cumprido a minha missão na equipa.
Participei em todas as provas da equipa e nunca virei a cara à luta numa época em que parece que todos os azares me aconteceram.
O maior dos azares foi precisamente a 10 dias do início daquela que foi a minha segunda participação na Volta a Portugal.
Durante a última etapa do GP Barbot uma queda colocou em perigo a minha segunda participação na Volta a Portugal.
Duas cirugias ao rosto nas quais levei 8 pontos no queixo e 5 no rosto foram o resultado mais visível da queda, mas, mais que as marcas visíveis e as dores no corpo, doía-me a alma só de pensar durante os dias que antecederam o inicio da prova rainha do calendário nacional na hipótese de não recuperar a tempo de participar.
Recuperei minimamente é certo, mas não foi possível aparecer nas melhores condições durante a volta onde convivi diariamente com um estiramento no gémeo provocado pela queda do GP. Barbot.
Mas o meu querer e a minha determinação em concluir a minha segunda volta a Portugal foi mais forte que as dores provocadas pelo estiramento e para mim mais importante que a classificação na geral individual foi terminar, nunca desistir, algo que é e vai continuar a ser o meu lema enquanto me permitirem fazer aquilo que mais gosto.
Ao Sr. Jorge Piedade só tenho que agradecer pela confiança depositada em mim ao longo desta época e pelo facto de querer que eu estivesse na Volta a Portugal, mesmo fisicamente diminuído pela maldita queda antes da Volta.
Quanto aos azares espero que tenha tido todos as azares da carreira este ano e que as coisa corram melhor em 2009.

1 comentário:

Anónimo disse...

Interessante ver percurso de atletas que não são dos mais conhecidos do pelotão velocipédico português.

Força Joaquim e boa sorte para 2009.